Tudo oque você precisa saber antes de começar a treinar muay thai

Tudo oque você precisa saber antes de começar a treinar muay thai


Arte marcial tailandesa milenar, o muay thai tem aulas e treinamentos voltados não só para o público masculino, mas também para o feminino e o infantil, e sua procura só cresce nas academias brasileiras. Não é para menos: o boxe tailandês oferece inúmeros benefícios para corpo e mente. Nada como espantar o estresse do dia a dia calçando as luvas e desferindo uma série de socos, chutes e caneladas. Mas a luta, que guarda semelhanças com o kickboxing, é muito mais do que uma sucessão de golpes. O muay thai exige disciplina e postura, trabalha autocontrole, melhora condicionamento físico e promove ganho de massa muscular. Não para por aí. Treino de muay thai emagrece: estima-se que em uma hora de aula perde-se de 600 a 900 calorias, podendo passar de mil, dependendo da intensidade do treinamento e da resistência, idade e biotipo do praticante.

O mestre e treinador Warner Hammerle, responsável pela parte metodológica da rede de academias Team Nogueira, criada pelos gêmeos do MMA Antônio Rodrigo "Minotauro" Nogueira e Antônio Rogério "Minotouro" Nogueira, conta que o muay thai simboliza a "luta das oito armas". Isso porque são usadas oito partes do corpo nos golpes: os dois punhos, cotovelos, joelhos e a combinação de duas canelas com dois pés. Equipamentos de proteção são fundamentais para garantir a integridade física dos alunos.


  • Ataca com: punhos, cotovelos, joelhos, canelas e pés.
  • Defende com: movimentos de bloqueio.

Sua história começou há cerca de dois mil anos, quando agricultores buscaram formas de se defender em guerras e invasões na Tailândia. Para evitar ferimentos graves, não usavam suas espadas e punhais nos treinos, investindo nos chutes, socos, joelhadas, caneladas e cotoveladas. Essa é a origem do que conhecemos hoje como muay thai ou boxe tailandês. Segundo a história, quando as mães levavam seus filhos para a guerra, elas amarravam uma corda de uma determinada cor no braço e na cabeça do filho, orando aos deuses budistas para que eles pudessem voltar para casa. Essa corda trançada é conhecida hoje como kruang, paprachiat ou prajied, que no Brasil é amarrada a um dos braços do praticante e simboliza a sua graduação.


  1. Grau Branco
  2. Grau amarelo
  3. Grau amarelo e branco
  4. Grau verde
  5. Grau verde e branco
  6. Grau azul
  7. Grau azul e branco
  8. Grau marrom
  9. Grau marrom e branco
  10. Grau vermelho 
  11. Grau  vermelho e branco
  12. Grau preto
  13. Kruang preto e branco
  14. Kruang prata
  15. Grau dourado

 


Equipamentos

No boxe tailandês, uma boa luva é fundamental para proteger os dedos, mãos e punhos. Sob as luvas, bandagens garantem ainda mais a integridade do praticante. No caso dos iniciantes, caneleiras também são indicadas. O atleta que vai para o ringue precisa ainda de protetor bucal, cotoveleira, protetor genital e, no caso de treinos com sparring, capacetes. Não podemos esquecer ainda o saco de pancadas e o thai pad. Como vestimenta, usam-se shorts e, no caso das mulheres, tops.


  1. Saco de pancadas
  2. Thai pad
  3. Short
  4. Luvas
  5. Luva bate-saco, que deixa os dedos expostos
  6. Protetor bucal
  7. Coquilha ou protetor genital, para homens
  8. Top justo, para mulheres
  9. Caneleira
  10. Cotoveleira
  11. Ataduras, faixas ou bandagens
  12. Capacete
  13. Mongkon, espécie de arco de pano que o aluno recebe quando está pronto para ser um lutador profissional
  14. Kruang, paprachiat ou prajied
  15. Phuang Malai, guirlanda de flores para dar sorte luta

Benefícios

Rede de academias de lutas fundada em 2009, a Team Nogueira trabalha com o foco na qualidade de vida. Claro que ser competitivo também é importante em uma academia que tem ou teve atletas de ponta do MMA, como o Spider Anderson Silva, Júnior Cigano e Rafael Feijão, além dos donos, Minotouro e Minotauro. Todos campeões. Mas a filosofia é de que nem todo mundo que vai praticar uma arte marcial quer partir para o ringue em busca de cinturões e troféus. Muita gente quer apenas se exercitar, emagrecer, melhorar a autoestima e mandar as tensões do dia a dia embora. Na Team Nogueira, por exemplo, 95% dos praticantes são alunos e apenas 5% são atletas.

– Não estamos preocupados se a pessoa vai sair dali com a técnica super apurada. É claro que nós damos valor para a técnica bem feita, até porque se ela é mal feita, pode causar lesão. Mas a nossa preocupação, de uma maneira geral, é intensificar o exercício de acordo com uma melhor qualidade de vida, com a queima calórica e alivio de estresse, sem aquele contato extremo que é a forma competitiva do muay thai – explica, comentando alguns dos muitos benefícios da luta.

  1. Emagrece: a perda calórica numa aula vai de 600 a 900 calorias, podendo passar de mil calorias em treinos mais intensos
  2. Aprimora o reflexo e a concentração
  3. Ajuda na autoestima
  4. Dá resistência
  5. Aumenta a flexibilidade
  6. Ensina técnicas de defesa pessoal
  7. Trabalha autocontrole, postura e disciplina
  8. Melhora condicionamento físico, musculatura das pernas, panturrilha, abdominal, quadris, braços e peitoral
  9. Alivia o estresse


Para o atleta que compete, a metodologia aplicada exige muita corrida, condicionamento físico e treino técnico. Isso tudo ocorre no "Camp" – período de treinamento para uma determinada competição. Os atletas costumam correr 10 km por dia, praticar no thai pad (aparadores de chute), nos sacos de pancada e com o sparring (lutar a soco).

– No treino, o sparring não é para machucar o seu parceiro de combate. Vocês precisam do corpo um do outro como material humano. O treino não é lugar de se machucar, é de aprimorar a sua técnica. Hoje em dia o que acontece muito é atleta chegando para a competição já lesionado por causa de um treino muito intenso – alerta Warner.

É comum confundir o muay thai com kickboxing. Mas o que diferencia os dois é, por exemplo, a cotovelada, presente no boxe tailandês, mas não no kickboxing, e outras regras básicas da competição, como o clinch (ação de segurar a cabeça do oponente), que no kickboxing só pode usar o joelho uma vez. Warner conta que alguns campeonatos de muay thai no Brasil hoje utilizam a regra de kickboxing.


Seja um atleta profissional ou um atleta amador, aluno de academia, o tratamento dado pelo treinador ou professor deve ser sempre individualizado. O muay thai aprimora o reflexo, ajuda na autoestima, dá resistência, auxilia na queima calórica, além de ensinar algumas técnicas de defesa pessoal.

– No caso de atleta, o comportamento do treinador é mais rígido, rigoroso, agressivo. A tendência é sugar o máximo do atleta. Já o aluno está ali por uma questão de qualidade de vida. Ele quer buscar algo saudável. E a vida do atleta nem sempre é tão saudável, se você tem um nível de estresse alto para a competição – explica o mestre, destacando que para o praticante comum, o esporte é benéfico para a saúde. - Para isso, tem que ter postura correta, porque se não tiver, isso vai acabar em lesão. O professor precisa ter capacidade técnica de conduzir uma boa aula e observar a biomecânica do movimento correto. Assim como o aluno tem que respeitar o próprio limite.

Além de respeitar os limites, os exercícios precisam ser regulamentados, devem ter o tempo certo e o praticante deve saber o momento de descansar. Não existe contraindicação. Basta um atestado médico para praticar exercício físico e você está apto para o muay thai. É importante lembrar que se o praticante possuir algum tipo de restrição médica, o professor deve ser informado sobre isso.

– Descansar também é treino. Se for treinar todo dia tem que ser bem cadenciado. Overtraining gera a lesão. O importante é lembrar sempre: estou fazendo muay thai para melhorar a minha saúde – lembra Warner.

No caso de competidores, a dieta também é fundamental. Atletas de alta intensidade tendem a perder muito peso e líquido. Warner conta que tem atleta que perde de 15 kg a 20 kg em até três meses antes da luta. Nesse caso, o preparador físico, o fisioterapeuta e o nutricionista devem fazer parte do time do profissional para que ele possa ter um bom rendimento. A perda do peso traz muito sacrifício para o competidor, que chega na hora da luta fraco. O corpo dos atletas amadores não sofre tanto. Mas orientação médica e nutricional são sempre indicadas.

Postar um comentário

0 Comentários